John Piper - O Senhor; Um Deus Cheio de Graça e Misericórdia

Êxodo 34:1-10

Então, disse o SENHOR a Moisés: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nelas as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que quebraste. E prepara-te para amanhã, para que subas, pela manhã, ao monte Sinai e ali te apresentes a mim no cimo do monte. Ninguém suba contigo, ninguém apareça em todo o monte; nem ainda ovelhas nem gado se apascentem defronte dele. Lavrou, pois, Moisés duas tábuas de pedra, como as primeiras; e, levantando-se pela manhã de madrugada, subiu ao monte Sinai, como o SENHOR lhe ordenara, levando nas mãos as duas tábuas de pedra.
Tendo o SENHOR descido na nuvem, ali esteve junto dele e proclamou o nome do SENHOR. E, passando o SENHOR por diante dele, clamou: SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniqüidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração! E, imediatamente, curvando-se Moisés para a terra, o adorou; e disse: Senhor, se, agora, achei graça aos teus olhos, segue em nosso meio conosco; porque este povo é de dura cerviz. Perdoa a nossa iniqüidade e o nosso pecado e toma-nos por tua herança.
Então, disse: Eis que faço uma aliança; diante de todo o teu povo farei maravilhas que nunca se fizeram em toda a terra, nem entre nação alguma, de maneira que todo este povo, em cujo meio tu estás, veja a obra do SENHOR; porque coisa terrível é o que faço contigo.

ÊXODO 34 É PROVA DA MISERICÓRDIA DE DEUS
O simples fato de Êxodo 34 existir é prova de que Deus é um Deus de misericórdia. Esta é a segunda vez que Deus encontra Moisés no monte para fazer uma aliança com o povo de Israel. Quando Moisés desceu do monte na primeira vez, o povo tinha se corrompido pelo amor às obras de suas próprias mãos. Estavam adorando um bezerro de ouro.
A aliança que Deus fez com o povo na montanha pela primeira vez, foi assim: "Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa" (Êx. 19:5-6). Mas ao invés de descansar na estima de Deus, o povo se tornou inquieto e desejou a estima de sua própria feitura. Então trocaram a glória do Deus invisível pela imagem de sua própria glória — uma vaca de ouro.
Eles foram descrentes no Mar Vermelho. Eles murmuraram contra Deus no deserto. Então sua rebelião com o bezerro de ouro deveria ter acabado com a paciência de Deus. Já chega desse povo de dura cerviz!
Mas cá estamos novamente no monte, aguardando a revelação de Deus. O povo não foi destruído. O simples fato desse encontro é prova de que Deus é misericordioso.
Deus Proclama Seu Nome a Moisés
Mas há algo ainda mais incrível que o simples fato de que Deus está disposto a encontrar Moisés novamente e renovar a aliança; a saber, o conteúdo do que Ele revela. Êxodo 34:5 diz: Tendo o SENHOR descido na nuvem, ali esteve junto dele e proclamou o nome do SENHOR.
Deus clama no versículo 6: “Javé! Javé!” E então ele decifra o significado daquele nome em palavras cuja doçura nunca foi superada, nem mesmo no Novo Testamento: "Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado."
DOIS PROBLEMAS NA AUTO DESCRIÇÃO DE DEUS
Deus é JAVÉ — o Deus que é, o Deus que é livre, o Deus que é todo-poderoso, e o Deus que é misericordioso. Há uma conexão entre sua absoluta existência, sua soberana liberdade, sua onipotência e sua transbordante misericórdia. Mas antes de mirarmos nisso, há dois problemas para lidar nesse texto:
1- Quem Deus perdoa e quem não perdoa
Primeiro, depois de declarar o fato de que Deus "perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado" (versículo 7), o texto prossegue e diz: "Ainda que não inocenta o culpado." Então o problema é: Como pode Ele perdoar o culpado e não inocentar o culpado? Ou: quem são os culpados que ele perdoa e quem são os culpados que ele se recusa a perdoar?
A forma mais frutífera que encontrei para responder isso é vendo como os outros escritores do Velho Testamento usaram essa passagem. Tome Joel e Jonas por exemplo.
O uso de Joel desta passagem
Em Joel 2:12-13, Deus diz ao povo rebelde:  "Ainda assim, agora mesmo, diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes." E Joel prossegue em encorajar o povo: "E convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal."
Em outras palavras, Joel usa Êxodo 34:6 para estimular o povo dizendo que se eles se converterem ao Senhor, Ele afastará o mal que está prestes a trazer sobre eles. Então, a hipótese é que o povo que o Senhor não irá perdoar é o povo que não se arrependerá e não se converterá a Deus de todo seu coração. Foi assim que Joel entendeu Êxodo 34:5-7. Perdão para os arrependidos. Recusa de perdão para os não arrependidos.
O uso de Jonas desta passagem
Jonas vê as coisas da mesma maneira. Após ter pregado aos Ninivitas, eles se arrependem,
Deus os poupa, e Jonas está irritado por Deus ser tão misericordioso. Em Jonas 3:10 até 4:2 diz:
Viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez. Com isso, desgostou-se Jonas extremamente e ficou irado. E orou ao SENHOR e disse: Ah! SENHOR! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal.
Aqui, Jonas cita Êxodo 34:6 para explicar por que Deus afastou sua ira de um povo pecador que se arrependeu de seus maus caminhos. Essa é a natureza de Deus. Este é Seu nome. Mas note que Jonas concorda com Joel que, quer Deus perdoe os ninivitas ou não, depende se os ninivitas se arrependem ou não de seus maus caminhos.
Deus perdoa o povo culpado que se arrepende
Agora vamos voltar às palavras de Deus no Monte Sinai em Êxodo 34:6-7. Em uma mão o Senhor diz que "perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado." Na outra mão, diz que não "inocenta o culpado." Ainda assim, todos os pecadores são culpados. Então qual culpado é aquele que Ele perdoa? E qual o culpado que Ele não perdoa?
A resposta de Joel e Jonas é que ele perdoará o culpado que se converter de seu pecado e se voltar para Deus de todo seu coração. E o culpado que desprezar sua oferta de misericórdia, não será inocentado.
Este é o primeiro problema e a solução de Jonas e Joel.
2 - Os pecados do pai e os pecados dos filhos
O segundo problema neste texto vem das palavras seguintes no versículo 7. Diz que Deus "visita a iniqüidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração." Mas Ezequiel 18:20 diz: "A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai, a iniqüidade do filho." Como esses dois textos podem não contradizer um ao outro?
O que Ezequiel tem em vista
O mais crucial a observar é que Ezequiel tem em vista um filho que não segue os passos pecaminosos de seu pai, mas Êxodo tem em vista filhos que continuam nos passos pecaminosos de seus pais.
Ezequiel 18:19 diz: "Porque o filho fez o que era reto e justo, e guardou todos os meus estatutos, e os praticou, por isso, certamente, viverá." Em outras palavras, ele não morrerá pelos pecados de seu pai porque ele não está seguindo os passos de seu pai.
O que Êxodo tem em vista
Mas o paralelo a Êxodo 34:7, em Êxodo 20:5 diz que Deus visita "a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem." Em outras palavras, os filhos compartilham a punição do pai porque compartilham os pecados do pai.
Então Ezequiel ensina que qualquer filho que se converte dos caminhos pecaminosos de seu pai e obedece a Deus, não será punido pelos pecados de seu pai. E Êxodo ensina que qualquer filho que prossegue em pecar como seu pai, irá compartilhar da punição de seu pai.
Quando Deus visita os pecados dos pais nos filhos, ele não pune filhos sem pecado pelos pecados de seus pais. Ele simplesmente deixa os efeitos dos pecados do pai tomar seu curso natural, infectando e corrompendo os corações dos filhos. Para pais que amam seus filhos, esse é um dos mais sóbrios textos em toda a Bíblia.
Quanto mais deixamos o pecado falar mais alto em nossas vidas, mais nossos filhos vão sofrer por isso. O pecado é uma doença contagiosa. Meus filhos não sofrem porque eu tenho pecado. Eles pegam de mim e sofrem porque eles têm pecado.
ESPERANÇA PARA O ABATIMENTO NA AUTO DESCRIÇÃO DE DEUS
Agora, passados esses problemas, espero que possamos ouvir a mensagem com pura simpatia. Vamos voltar ao versículo 6 e a declaração do nome de Deus. O Senhor desce e proclama Seu nome: "Javé! Javé! Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado."
Há dois tipos de pessoas que são difíceis de ajudar em aconselhamento pastoral. Um pensa que foi longe demais para ser perdoado. Outro pensa que perdão é um estalar de dedos. Um pensa que é completamente desqualificado para o reino. O outro pensa que já está lá dentro. Um pensa que Deus é rigidamente irado. O outro pensa que é fácil lidar com Deus. Um é cego para o esplendor da misericórdia de Deus. O outro é cego para a magnitude de sua própria angústia.
Eu sei que encaro pessoas em ambas as categorias todo domingo de manhã. E o desafio de pregar é como falar esperançosamente para a primeira pessoa sem dar golpes na segunda. Quando se prega numa congregação grande e variada, deve haver ira e misericórdia, ameaça e promessa, aviso e conforto. E então, deve haver oração e o trabalho do Espírito Santo para que a Palavra seja ouvida na aplicação mais apropriada para a necessidade de cada pessoa.
Mas eu quero deixar explícito que o que tenho a dizer agora é para os abatidos, os humilhados, os débeis, os desesperados, os desencorajados — aqueles que podem sentir que estão além do alcance do perdão de Deus.
Cinco Expressões da Natureza de Deus
Se eu quisesse deixar claro para meus filhos que eu pretendia ser seu pai, cuidar deles e tratá-los com misericórdia, eu poderia usar duas ou três diferentes expressões e, talvez, repetiria para enfatizar a verdade daquilo que eu estava dizendo. Da mesma forma, Deus se condescende a usar nossos meios e deixa sua misericórdia clara como cristal. Ele amontoa frase sobre frase para expor seu coração de amor.
São cinco expressões:
1. um Deus compassivo e clemente;
2. longânimo;
3. grande em misericórdia e fidelidade;
4. que guarda a misericórdia em mil gerações;
5. que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado.
Quanto mais eu pondero em como essas cinco descrições de Deus são ligadas, mais elas parecem se entrelaçar.
O TRIÂNGULO DA MISERICÓRDIA DE DEUS
Mas deixe-me descrever uma maneira de ver como elas se relacionam entre si.
Imagine um triângulo; em cada ponta da base, estão a primeira e a última afirmação de Deus, a saber: compassivo e clemente (na ponta esquerda da base), e que ele perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado (na ponta direita da base).
Então, em direção ao topo, na metade do caminho, em cada lado do triângulo, imagine a segunda e a quarta afirmação de Deus, a saber, que ele é longânimo (no lado esquerdo), e que guarda a misericórdia em mil gerações (no lado direito do triângulo).
Finalmente, imagine no topo do triângulo a terceira afirmação de Deus, a saber, que ele é grande em misericórdia e fidelidade.
Agora, o objetivo desse quadro é sugerir que a primeira e a segunda afirmação estão juntas; a segunda e a quarta estão juntas; e a terceira é central para todas as cinco. Vamos começar com o principal: O topo do triângulo.
Grande em Misericórdia e Fidelidade
Deus é grande em misericórdia e fidelidade. Duas imagens me vêm à mente. O coração de Deus é uma fonte inesgotável de água que borbulha misericórdia e fidelidade no topo da montanha. Ou o coração de Deus é como um vulcão que arde tão fervorosamente de amor que explode o topo da montanha e derrama ano após ano a lava da misericórdia e fidelidade.
Quando Deus usa a palavra "grande", Ele quer que entendamos que os recursos de sua misericórdia não são limitados. De certa forma, ele é como o governo federal: Onde quer que haja necessidade, ele pode só imprimir mais dinheiro para cobri-la. Mas a diferença é que Deus tem um tesouro infinito de misericórdia de ouro para cobrir toda a moeda que Ele imprime. O governo dos Estados Unidos está em um mundo de sonhos. Deus acumula de forma muito real com os recursos infinitos de Sua deidade.
Eu disse há pouco que há uma conexão entre os três primeiros sermões dessa série e este aqui. "Deus é quem Ele é", "Deus é livre", "Deus é todo poderoso", e agora, "Deus é misericordioso". A conexão é que a absoluta existência, a soberana liberdade, e a onipotência de Deus são a plenitude vulcânica que explode em uma superabundância de misericórdia.
A absoluta magnificência de Deus significa que Ele não precisa de nós para preencher qualquer deficiência nele mesmo. Ao invés disso, Sua infinita auto suficiência transborda misericórdia sobre nós que precisamos dele. Podemos nos proteger em Sua misericórdia precisamente porque cremos na íntegra independência de Sua existência, a soberania de sua liberdade, e em seu poder ilimitado.
Então, no topo do triângulo, fica a infinita abundância da misericórdia de Deus, jorrando abaixo em cada lado para o bem de seu povo arrependido.
Longânimo, que Guarda Misericórdia
Na metade de cada lado do triângulo, estão a segunda e a terceira afirmação sobre Deus em Êxodo 34:6-7. Ele é longânimo e guarda a misericórdia em mil gerações. Quando Deus diz que guarda misericórdia, o foco é na durabilidade de sua misericórdia. Ela dura. Ela persevera. Ela continua fluindo.
E eu vejo uma conexão entre essa perseverança da misericórdia de Deus e a afirmação de que Deus é longânimo. A misericórdia não pode durar onde a ira está prestes a disparar. Se a ira de Deus está prestes a disparar, sua misericórdia não duraria um dia em minha vida. Se foguetes de ira fossem lançados dos olhos de Deus toda vez que eu pecasse, eu seria explodido em pedaços antes mesmo de eu sair da cama pela manhã.
Mas ele brada no monte Sinai: “Eu sou longânimo!” Ele retém sua ira em favor da superioridade de sua misericórdia. Ele é longânimo. Ele é extraordinariamente paciente. Por isso ele guarda misericórdia. Ele guarda e preserva sendo longânimo.
Compassivo e que Perdoa
Isso nos leva ao último par de afirmações sobre Deus na base do triângulo. Se Deus é longânimo mesmo que demos a ele amplas razões para que ele ficasse irado conosco por causa de nosso pecado, então ele deve ser muito compassivo e deve perdoar — “compassivo e clemente—perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado.” A razão pela qual Deus é longânimo, não é porque ele não nota nosso pecado, mas porque ele perdoa o nosso pecado.
E não somente alguns tipos de pecado. Para vocês, que sentem que há uma categoria de pecado que está além do perdão de Deus, por favor, submeta sua própria opinião e sentimento à Palavra de Deus. A razão pela qual Deus usou todas as três palavras hebraicas para “pecado” aqui, é para mostrar que toda sorte de e todos os graus de pecado são perdoáveis. Ele perdoa a iniquidade, a transgressão, e o pecado. Ele empilha essas palavras para deixar claro o que ele quer dizer. O único pecado que é imperdoável é aquele para o qual não houve arrependimento. Se você pode se arrepender e se desviar de seu pecado, você pode ser perdoado.
JESUS CRISTO CONFIRMA A NATUREZA MISERICORDIOSA DE DEUS
Eu fecho com este lembrete e convite: Jesus Cristo veio ao mundo para confirmar que Deus é exatamente quem ele disse ser no monte Sinai—“Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado.” Se converta de seus pecados hoje, confie em Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor, e você encontrará uma vastidão na misericórdia de Deus como a vastidão do mar.
Se alguém perguntar para você (ou talvez você pergunte a você mesmo): “Como você sabe que é assim que Deus é?” Você pode responder: “Porque Jesus Cristo viveu isso e selou isto com Seu sangue."

Por John Piper. © Desiring God. Website:desiringGod.org
Tradução e Legenda: voltemosaoevangelho.com
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John Piper - O que é a doutrina da Trindade?
A doutrina da Trindade é fundamental para a fé cristã. Ela é crucial para um apropriado entendimento de como Deus é, como Ele se relaciona conosco e como devemos nos relacionar com Ele. Mas ela também levanta muitas questões difíceis. Como Deus pode ser um e três ao mesmo tempo? A Trindade é uma contradição? Se Jesus é Deus, por que os Evangelhos registraram ocasiões nas quais Ele orou a Deus?
Apesar de não podermos entender completamente tudo sobre a Trindade (ou sobre qualquer outra coisa), é possível responder questões como essas e chegar a uma sólida compreensão do que significa ser Deus três em um

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O que significa ser Deus uma Trindade?

A doutrina da Trindade significa que há um Deus que existe eternamente como três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Explicando de outra maneira, Deus é único em essência e triplo em personalidade. Essas definições expressam três verdades cruciais: (1) Pai, Filho e Espírito Santo são pessoas distintas, (2) cada pessoa é totalmente Deus, (3) há somente um Deus.


Pai, Filho e Espírito Santo são pessoas distintas.
A Bíblia fala do Pai como Deus (Fp.1.2), de Jesus como Deus (Tt.2.13) e do Espírito Santo como Deus (At.5.3-4). Seriam essas, então, apenas três diferentes formas de olhar para Deus? Ou ainda, três papéis distintos que Deus desempenha?
A resposta deve ser não, porque a Bíblia também indica que Pai, Filho e Espírito Santo são pessoas distintas. Por exemplo, já que o Pai enviou o Filho ao mundo (Jo.3.16), Ele não pode ser a mesma pessoa que o Filho. Do mesmo modo, depois que o Filho retornou ao Pai (Jo.16.10), o Pai e o Filho enviaram o Espírito Santo ao mundo (Jo.14.26; At.2.33). Portanto, o Espírito Santo deve ser distinto do Pai e do Filho.
No batismo de Jesus, vemos o Pai falando dos céus e o Espírito descendo dos céus na forma de uma pomba, enquanto Jesus saia das águas (Mc.1.10-11). João 1.1 afirma que Jesus é Deus e, ao mesmo tempo, que Ele estava “com Deus”, indicando, assim, que Jesus é uma pessoa distinta de Deus o Pai (cf. Jo.1.18). E em João 16.13-15 vemos que, apesar de haver uma íntima unidade entre todos eles, o Espírito Santo também é distinto do Pai e do Filho.
O fato de Pai, Filho e Espírito Santo serem pessoas distintas significa, em outras palavras, que o Pai não é o Filho, o Filho não é o Espírito Santo e o Espírito Santo não é o Pai. Jesus é Deus, mas Ele não é o Pai nem o Espírito Santo. O Espírito Santo é Deus, mas Ele não é o Filho nem o Pai. Eles são pessoas diferentes, não três diferentes formas de olhar para Deus.
A personalidade de cada membro da Trindade significa que cada pessoa tem um distinto centro de consciência. Assim, elas relacionam-se umas com as outras pessoalmente: o Pai trata a Si mesmo como “Eu”, enquanto Ele trata ao Filho e ao Espírito Santo como “Vós”. Do mesmo modo, o Filho trata a Si mesmo como “Eu”, mas ao Pai e ao Espírito Santo como “Vós”.
Freqüentemente é objetado que “Se Jesus é Deus, então Ele deve ter orado a Si mesmo enquanto esteve na terra”. Mas a resposta a essa objeção encontra-se em simplesmente aplicar o que nós já vimos. Embora Jesus e o Pai sejam Deus, eles são pessoas diferentes. Assim, Jesus orou a Deus o Pai sem orar a Si mesmo. Na verdade, é precisamente o contínuo diálogo entre o Pai e o Filho (Mt.3.17; 17.5; Jo.5.19; 11.41-42; 17.1ss) que fornece a melhor evidência de que eles são pessoas distintas com distintos centros de consciência.
Algumas vezes a personalidade do Pai e do Filho é estimada, mas a personalidade do Espírito Santo é negligenciada, de modo que Ele é tratado mais como uma “força” do que como uma pessoa. Mas o Espírito Santo não é algo, mas Alguém (veja Jo.14.26; 16.7-15; At.8.16). A verdade de que o Espírito Santo é uma pessoa, não uma força impessoal (como a gravidade), também é mostrada pelo fato de que Ele fala (Hb.3.7), raciocina (At.15.28), pensa e compreende (I Co.2.10-11), deseja (I Co.12.11), sente (Ef.4.30) e oferece comunhão pessoal (II Co.13.14). Todas essas são qualidades de uma pessoa. Além desses textos, os outros que mencionamos acima deixam claro que a personalidade do Espírito Santo é distinta da personalidade do Filho e do Pai. Eles são três pessoas reais, não três papéis que Deus desempenha.
Outro erro sério que as pessoas têm cometido é pensar que o Pai se tornou o Filho, que, então, se tornou o Espírito Santo. Contrariamente a isso, as passagens que vimos sugerem que Deus sempre foi e sempre será três pessoas. Nunca houve um tempo em que alguma das pessoas da Divindade não existia. Todas elas são eternas.
Embora os três membros da Trindade sejam distintos, isso não significa que um seja inferior ao outro. Pelo contrário, todos eles são idênticos em atributos, tais como poder, amor, misericórdia, justiça, santidade, conhecimento e em todas as demais qualidades divinas.


Cada pessoa é totalmente Deus.
Se Deus é três pessoas, isso significa que cada pessoa é “um terço” de Deus? A Trindade significa que Deus é dividido em três partes?
Não, a Trindade não divide Deus em três partes. A Bíblia deixa claro que cada uma das três pessoas é cem por cento Deus. Pai, Filho e Espírito Santo são totalmente Deus. Por exemplo, é dito de Cristo que “nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Cl.2.9). Não devemos pensar em Deus como uma torta cortada em três pedaços, cada um deles representando uma pessoa. Isso faria cada pessoa ser menos do que totalmente Deus e, assim, não ser realmente Deus. Antes, “o ser de cada pessoa é igual ao ser integral de Deus”[1]. A essência divina não é algo dividido entre as três pessoas, mas está totalmente em todas as três pessoas sem estar dividida em “partes”.
Assim, o Filho não é um terço do ser de Deus, Ele é todo o ser de Deus. O Pai não é um terço do ser de Deus, Ele é todo o ser de Deus. E, da mesma forma, o Espírito Santo. Assim, como Wayne Grudem escreve: “Quando falamos conjuntamente do Pai, do Filho e do Espírito Santo, não estamos falando de um ser maior do que quando falamos somente do Pai, ou somente do Filho, ou somente do Espírito Santo”[2].


Há somente um Deus.
Se cada pessoa da Trindade é distinta e, ainda assim, totalmente Deus, então, devemos concluir que há mais do que um Deus? Obviamente não, pois a Escritura deixa claro que há apenas um Deus: "Pois não há outro Deus, senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim. Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro" (Is.45.21-22; veja também 44.6-8; Ex.15.11; Dt.4.35; 6.4-5; 32.39; I Sm.2.2; I Rs.8.60).
Tendo visto que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas distintas, que cada um deles é totalmente Deus e que não há senão um só Deus, devemos concluir que todas as três pessoas são o mesmo Deus. Em outras palavras, há um Deus que existe como três pessoas distintas.
Se há uma passagem que mais claramente traz tudo isso em conjunto, ela é Mateus 28.19: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Primeiro, note que Pai, Filho e Espírito Santo são distinguidos como pessoas distintas. Nós batizamos em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Segundo, note que cada pessoa deve ser divina porque todas elas são colocadas no mesmo nível. Na verdade, você acha que Jesus nos batizaria no nome de uma mera criatura? Certamente que não. Portanto, cada uma das pessoas em cujo nome devemos ser batizados é, necessariamente, divina. Terceiro, note que, apesar de que as três pessoas divinas são distintas, nós somos batizados em seu nome (singular), não em seus nomes (plural). As três pessoas são distintas, mas constituem um único nome. Só pode ser assim se elas compartilharem uma mesma essência.

Notas:
1. Wayne Grudem, Teologia Sistemática (Edições Vida Nova, 1999), p.189.
2. Ibid, p.187

Por John Piper. © Desiring God. Website:desiringGod.org
Original:
What is the doctrine of the Trinity?
Tradução e Revisão:
André Aloísio e Davi Luan do blog Teologia e Vida

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John Piper - 10 razões por que sou grato pela Bíblia inspirada por Deus

1. A Bíblia desperta a fé, a origem de toda a obediência.

Portanto, a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo. (Romanos 10:17)

2. A Bíblia liberta-nos do pecado.

Saberás a verdade, e a verdade fará com que sejas livre. (João 8:32)

3. A Bíblia liberta-nos de Satanás.

E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para com todos, apto a ensinar, paciente quando enganado, instruindo com mansidão os que resistem, se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade, e tornarem a despertar e desprendendo-se dos laços do diabo, em que a vontade dele, estão presos. (2 Timóteo 2:24-26)

4. A Bíblia santifica.

Santifica-os naverdade; a Tua palavra é a verdade. (João 17:17)

5. A Bíblia liberta-nos da corrupção e dá poder à divindade.

O Seu poder divino concedeu-nos tudo relacionado com a vida e a divindade, através da verdadeira sabedoria Dele que nos chamou pela sua própria glória e excelência. Pelas quais Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção que há no mundo pelo desejo. (2 Pedro 1:3-4)

6. A Bíblia oferece amor.

E peço isto, que o vosso amor abunde mais e mais em ciência e todo o conhecimento. (Filipenses 1:9)

Ora o fim do mandamento é o amor de um coração puro e de uma boa consciência e de uma fé não fingida. (1 Timóteo 1:5)

7. A Bíblia salva.

Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas, porque fazendo isto te salvarás tanto a ti mesmo como aos que te ouvem. (1 Timóteo 4:16)

Portanto, no dia de hoje vos protesto que estou limpo do sangue de todos. Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus. (Actos 20:26-27)

[Eles] perecerão, porque eles não recerberam o amor da verdadede maneira a serem salvos. (2 Tessalonicenses 2:10)

8. A Bíblia dá alegria.

Tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo. (João 15:11)

9. A Bíblia revela o Senhor.

E continuou o Senhor a aparecer em Silo, porquanto o Senhor se manifestava a Samuel em Silo pela palavra do Senhor. (1 Samuel 3:21)

10. Portanto, a Bíblia é a fundação para a minha casa e vida alegre e o ministério e esperança da eternidade com Deus.

 

Por John Piper. © Desiring God. Website: desiringGod.org
Original: 10 Reasons Why I Am Thankful for the God-Breathed Bible
Tradução: Olivia Monteiro. Websie: pt.gospeltranslations.org

Fonte: http://voltemosaoevangelho.blogspot.com/

Voltando a Ativa!
Graças a Deus estamos voltando a ativa, prometendo sempre estar atualizando as postagens, tanto com mensagens pessoais, como de servos do Senhor que tem, mediante a força dada por Deus através do Espírito Santo, impactado e trazido inúmeras pessoas a crerem que somente no nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo temos a salvação!! (1Tm 2:5) Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.
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Porque querem tanto complicar o Evangelho?
Não é de hoje que alguns homens, através de doutrinas não condizentes com a Bíblia, vem adicionando inúmeros ditames e atos que devem ser praticados por aqueles que almejam a salvação.
Existem coisas como sacrifícios, penitências, entre outras práticas que realmente fazem é diminuir o valor da morte e ressureição do nosso Senhor Jesus Cristo, este que, por si só, nos justifica perante Deus.
Devemos lembrar daquele mandamento bíblico que assim prescreve: "Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro." (Apocalipse 22:18 e 19)
Não devemos de forma alguma acrescentar ou diminuir o que a Bíblia nos requer como modo e caminho de salvação, visto que, como magistralmente expõe o Apóstolo Paulo, “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema” (Galatas 1.8). Anátema nada mais é do que MALDIÇÃO!
Logo, segundo e exclusivamente com referencia na palavra de Deus, mais precisamente com a explanação de três versiculos bíblicos do livro de João, veremos como se alcança a Salvação em Jesus Cristo:
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3.16)
"Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida" (João 5.24)
"Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?
Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." (João 14.5-6)
Com a demonstração simples e em apenas um livro bíblico, temos a plena certeza de que só através da fé em Jesus Cristo é que seremos verdadeiramente justificados diante de Deus, e que herdaremos a vida eterna!
Sempre lembrando que devemos também nos arrepender de nossos pecados, pois de nada adiantaria vivermos do mesmo modo, visto que "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (II Coríntios 5.17)
E o reconhecimento que vivemos em pecado, o verdadeiro arrependimento e pedido de perdão para com Deus, e a fé em Jesus Cristo como único e suficiente Salvador, com certeza será visto pelo Pai Celeste: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça" ( 1ª João 1.9)
Deus não quer que você morra em pecado, mas também não nescessita que você faça qualquer tipo de martírio ou penitencia, pois Ele enviou o seu filho Unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna!!
Fale de coração aberto com o Senhor e peça perdão pelos seus pecados, e siga somente aquele que pode realmente te salvar, pois não é santo, rezas, ou qualquer penitência que te levará a vida eterna, e sim Jesus Cristo. Somente Nele há salvação!
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